segunda-feira, 22 de outubro de 2012

OS CIENTISTAS ESTÃO NO CONTROLE

         George Orwell escreveu uma crítica a That Hideous Strength (1945) de C. S. Lewis (No Brasil, a obra foi publica pela WMF Martins Fontes, com o titulo de Uma Força Medonha). 


Quem foi George Orwell, você me pergunta? Bem, ele foi um escritor e jornalista inglês. Entre suas obras, podemos citar: 1984 (publicado em 1949), A Revolução dos Bichos (1945), e outras mais. Ele escreveu poemas, artigos, poemas, etc.

Sua crítica ao trabalho de Lewis, foi publicado em 16 de Agosto de 1945, no Manchester Evening News.  Com o seguinte titulo: THE SCIENTISTS TAKE OVER (caso tenha interesse de lê-lo na integra, clique aqui).

Orwell começa seu review (crítica literária), dizendo que os melhores romances são aqueles que não fazem uso do elemento fantástico (anjos, fantasmas, magia, etc.). E que na obra Uma Força Medonha, Lewis utiliza-se muito deste recurso. Segundo Orwell, provavelmente teria sido um livro melhor se o elemento mágico fosse deixado de fora.

Ele continua resumindo a obra de Lewis ao dizer que em essência, é uma estória de crime. E acrescenta que os acontecimentos milagrosos (elementos fantásticos) não são essenciais para as estórias de crimes.

George Orwell acredita que Lewis se assemelha a G. K. Chesterton (este por sua vez escreveu O Homem Que Era Quinta-feira).  Orwell afirma que é provável que Lewis compartilhe do pensamento chestertoriano no que diz respeito às verdades do cristianismo contra o materialismo científico ou niilismo. Em seu comentário, Orwell diz de onde provavelmente Lewis foi buscar o titulo para a obra em questão.

Assim, Orwell prossegue em seu resumo dizendo que o livro descreve a luta de um pequeno grupo de pessoas simples contra um instituto cientifico que pretende dominar o mundo e se possível o universo inteiro. Em outras palavras, colocar tudo sob o controle da ciência.

Orwell descreve o instituto cientifico (Instituto Nacional de coordenadas Experimentos) e acrescenta afirmando que um dos personagens do romance de Lewis que é conhecido como O Cabeça, é tão excitante quanto numa estória de detetive.

Para Orwell, o livro de Lewis seria muito bom para se sugerir a alguém se ele não fosse escrito com elementos fantásticos, pois segundo Orwell, esse elementos deixaram a obra um pouco confusa. Depois, o crítico literário prossegue sua resenha, afirmando que os cientistas da estória estão interessados no corpo do antigo mago Merlin que está enterrado no intuito de controlar o universo. Mas o trabalho dos cientistas é frustrado pelo protagonista e por uma vidente e por alguns seres angelicais.

Segundo George Orwell, o livro termina de uma forma que é tão absurda que nem sequer conseguem ser horrível, apesar de muito derramamento de sangue. Orwell comenta sobre as crenças de Lewis.

O autor encerra sua crítica dizendo que é um livro que vale a pena a leitura. O que para mim, foi apenas uma forma polida de encerrar um texto. Pois foi assim que aprendi na disciplina de Leitura e Produção de Texto (em 2011) a encerrar uma crítica.

Ainda estou lendo Uma Força Medonha, depois compartilho aqui no blog minha opinião sobre a obra. Depois da leitura do comentário do Sr. Orwell, lembrei-me do que Lewis escreveu no prefácio:

“Chamei este livro de conto de fada na esperança de que aqueles que não gostam de fantasia não sejam persuadidos a continuar sua leitura, pelos dois primeiros capítulos, para depois virem queixar-se decepcionados”



Ótima semana a todos.
Grande abraço!






Um comentário:

Anônimo disse...

Caraca!
Embate (se é que podemos chamar assim) de peso.
As duas obras que você citou do Orwell são simplesmente espetaculares.

Do Lewis não temos nem o que falar.
Na minha opinião, o melhor escritor cristão do século XX. Não que minha opinião valha alguma coisa.

Nunca pensei em um lendo o livro do outro. Legal imaginar isso.

Abraço!
Vinicius Morais

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