domingo, 17 de junho de 2012

Laranjas por Mangas


Certa vez fui chamado para conversar sobre umas coisas que eu havia escrito no blog. Naquela noite foi argumentado o texto de João 15, numa perspectiva de que “dar frutos” significava fazer células, e quem não dava frutos seria lançado fora.

Argumentei que ao fazermos essa leitura do texto bíblico estaríamos afirmando que a salvação era mediante as obras e não mediante a fé em Cristo. Disse também que “dar frutos” estava relacionado aos frutos do Espírito e não a metodologia de crescimento. E a certo momento da conversa, fui indagado sobre como saberíamos que uma laranjeira era uma laranjeira se não tivesse nenhuma laranja em seus galhos. Confesso que no momento pensei que a pergunta fosse meio tola, mas hoje percebo que a minha resposta a tal pergunta é que foi realmente tola. Eu simplesmente disse que reconheceríamos uma laranjeira mesmo sem nenhuma laranja.

Se eu pudesse responder aquela pergunta novamente, eu trocaria laranjas por mangas e diria que se levássemos em consideração a possibilidade de encontrarmos uma mangueira pela primeira vez, teríamos que aguarda-la frutificar e depois de provar seu fruto, provavelmente daríamos o nome de Manga Bourbon (gosto mais deste tipo de manga do que das outras) e depois de algum tempo se encontrássemos outra mangueira, saberíamos que se tratava de um pé de manga, mesmo se não tivesse fruto e/ou se seus frutos fossem maiores ou menos do que aquele que nós vimos anteriormente, assim para sabermos qual é o fruto de um cristão deveríamos conhecer primeiro a Verdadeira Árvore, ou seja, deveríamos olhar para o Cristo e reconheceríamos os frutos dos cristãos, depois que provássemos o fruto da Videira, saberíamos qual deveria ser o sabor do fruto dos cristãos. E mediante esse raciocínio, saberíamos que “dar frutos” em João 15 não é se submeter a uma estratégica de crescimento numérico, mas sermos como Cristo.  

Se afirmamos que somos cristãos, devemos ser como Cristo”.

Se eu tivesse lido O Discípulo Radical, antes de ir para aquela conversar, eu certamente teria uma melhor argumentação.

Segundo John Stott, O cenário cristão no mundo atual é de crescimento sem profundidade. Em seu livro, o autor fala de um discipulado enraizado em Cristo. Stott também nos apresenta como devemos ser como Cristo:
  • Ser como Cristo em sua humildade;
  • Ser como Cristo em seu serviço;
  • Ser como Cristo em seu amor;
  • Ser como Cristo em sua longanimidade;
  • E ser como Cristo em sua missão.

Se mais remidos se parecessem os remidos, mais fácil me seria crer no Redentor”.

Se os cristãos fossem como Cristo, o mundo seria melhor e até Nietzsche seria um fervoroso cristão. Talvez alguém queira me perguntar se eu tenho sido um cristão como Cristo. Bem, Não! E um não bem enfático! Faço minhas, as palavras de Paulo: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”.

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